Padrões Analíticos para Análise de Carotenoides por CLAE
Sidney Pacheco


Uma das maiores dificuldades na análise quantitativa por CLAE é a obtenção de padrões analíticos confiáveis. A padronização é certamente a maior fonte de erros analíticos, pois impacta diretamente no resultado final. A aquisição de padrões de alta pureza, com certificado de garantia, quase sempre depende de importação e apresenta custos elevados. Em alguns casos, as substâncias que se deseja quantificar sequer estão disponíveis comercialmente. Em geral os padrões são comercializados em pequenas quantidades, o que inviabiliza a análise qualitativa e a verificação de sua pureza, passos fundamentais para a garantia dos resultados analíticos obtidos quando da utilização de tais substâncias para padronização. As condições de armazenamento também são críticas para a manutenção da estabilidade química dos padrões, em especial se tratando de substâncias instáveis. Assim sendo, o processo de importação, normalmente demorado é também fonte de incerteza na garantia da qualidade da substância adquirida mesmo em se tratando de empresa de renome e com certificado de análise, pois ainda há o risco da substância estar comprometida devido a condições inadequadas de transporte e manuseio. É possível obter-se curvas de calibração com ótimos coeficientes lineares, resultados reprodutíveis e precisos, porém com a exatidão comprometida, no caso de se utilizar substância degradada na padronização. E ainda, os produtos de degradação dos padrões podem não ser detectados pela metodologia empregada. A preparação dos padrões no próprio laboratório de análise é uma alternativa e a cromatografia preparativa, em coluna aberta ou em sistemas cromatográficos preparativos, pode ser utilizada para este fim. Grandes quantidades de padrões com purezas elevadas podem ser obtidas, sendo viável ainda, obter os padrões a partir das próprias matrizes analisadas.

A partir de cenouras é possível obter grandes quantidades (para utilização como padrão analítico) de alfa-caroteno e beta-caroteno. A figura ao lado mostra a separação dos carotenóides de um extrato de cenoura em uma coluna aberta com Celite como fase estacionária e éter de petróleo como fase móvel.

A partir de 20 gramas de cenoura é possível obter em média 250 microgramas de alfa-caroteno e 400 microgramas de beta-caroteno. As purezas dos padrões assim isolados em geral ficam na faixa de 92 a 98%.

Coluna cromatográfica aberta para separação de carotenoides da cenoura

Separação em coluna cromatográfica aberta dos carotenoides da cenoura, alfa-caroteno fase inferior amarela, beta-caroteno fase alaranjada.

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